Proteínas Animais: Novo Estudo Desafia Convicções Sobre Saúde

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Um estudo inovador da Universidade McMaster, no Canadá, está causando alvoroço no mundo da nutrição ao questionar a relação entre o consumo de proteína animal e a mortalidade. Diferente de pesquisas anteriores que alertavam sobre os riscos da carne vermelha, frango, peixe, ovos e laticínios, os pesquisadores descobriram que a ingestão desses alimentos não só não aumenta o risco de morte, mas, surpreendentemente, pode até estar associada a uma leve redução na mortalidade por câncer. Esses resultados, publicados em julho na conceituada revista Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism, foram baseados em dados robustos da pesquisa norte-americana National Health and Nutrition Examination Survey III, que acompanhou mais de 16 mil adultos.

Os cientistas por trás do estudo utilizaram uma variedade de métodos estatísticos avançados, incluindo a técnica da Cadeia de Markov Monte Carlo (MCMC), para garantir a precisão das suas análises. O que eles encontraram foi consistente: não houve um aumento significativo no risco de morte por câncer, doenças cardiovasculares ou outras causas entre aqueles que consumiam mais proteína animal. Esse dado pode reverter a narrativa que, por anos, alertou os consumidores sobre os perigos da carne em suas dietas.

Entretanto, é importante abordar os achados com cautela. Os autores ressaltam que, por se tratar de um estudo observacional, não é possível estabelecer uma relação direta de causa e efeito. Além disso, a ampla categoria “proteína animal” abrange desde carnes processadas até opções mais saudáveis, como pescados e ovos, o que dificulta a identificação de quais alimentos estão realmente contribuindo para os efeitos positivos observados.

Esses resultados contrastam fortemente com as diretrizes de organizações de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), que classifica carnes processadas como cancerígenas e carnes vermelhas não processadas como “provavelmente cancerígenas”. Por isso, apesar das novas evidências, os pesquisadores insistem na importância de uma dieta equilibrada, que combine proteínas animais e vegetais, sempre consumindo carne vermelha com moderação. A discussão sobre o que realmente significa comer de forma saudável continua, e esse estudo abre novas portas para o entendimento da nutrição moderna.