A demência, uma condição que afeta a memória e o raciocínio de milhões ao redor do mundo, pode ter uma nova pista em sua detecção precoce. Um estudo recente publicado no Journal of Internal Medicine em 23 de setembro sugere que níveis elevados de albumina na urina estão associados a um risco aumentado de desenvolver a doença. Essa proteína, que geralmente não aparece na urina, pode se transformar em um importante biomarcador para identificar pessoas em risco.
A albumina é a proteína mais abundante no sangue e, sob condições normais, os rins a filtram, evitando sua presença na urina. Quando a albumina é detectada na urina, a condição é chamada de albuminúria, frequentemente indicando lesões nos rins. No entanto, os pesquisadores descobriram que a presença dessa proteína também pode alertar sobre possíveis problemas neurológicos, servindo como um indicador precoce de demência.
O estudo envolveu aproximadamente 133 mil participantes em Estocolmo, todos com 65 anos ou mais e sem histórico de demência. Ao longo de quatro anos de acompanhamento, 7% dos participantes desenvolveram algum tipo da doença. Mesmo considerando a função renal e outras variáveis, os cientistas identificaram que os níveis elevados de albumina na urina estavam fortemente correlacionados com um aumento no risco de demência. Aqueles com níveis moderados da proteína (entre 30 e 299 mg/g) apresentaram um risco 25% maior, enquanto os com níveis altos (acima de 300 mg/g) mostraram um aumento de 37% em comparação aos indivíduos com níveis normais.
Os pesquisadores sugerem que a explicação para essa conexão pode estar nos vasos sanguíneos. Assim como a albuminúria indica danos nos vasos dos rins, ela pode refletir problemas semelhantes nos vasos cerebrais. Essa descoberta abre novas possibilidades para a detecção precoce da demência e ressalta a importância de monitorar a saúde renal como parte da prevenção de doenças neurodegenerativas.
Fonte: @metropole_saudeciencia